Nem Atena, nem Medusa: corpo, gênero e monstruosidade
Por: Júlia dos Anjos
Este artigo tratará da interseção entre corpo e gênero, ao avaliar de que modo o discurso antifeminista divulgado na ferramenta Facebook mobiliza certas concepções e tabus acerca do corpo feminino, justamente com o fim de deslegitimar o feminismo como movimento político. Observa-se, ainda, que as feministas são percebidas por este grupo como figuras monstruosas, no sentido de que seus corpos pautados pelo excesso representam um dilema em relação à feminilidade, cuja construção subjetiva se alinha a um corpo que deve ser constantemente cuidado, aperfeiçoado e gerenciado.
This article will addresses the intersection between body and gender by assessing how the anti-feminist discourse disclosed on Facebook mobilizes certain conceptions and taboos about the female body in order to delegitimize feminism as a political movement. It is also observed that feminists are perceived by this group as monstrous figures, once their bodies are seen to be ruled by excess and, therefore, represent a dilemma to a model of femininity aligned with a body that must be constantly cared for, perfected and managed.